Sunday, June 15, 2008

tranquilidade

...arrastei-me pelo quarto, debrucei-me no parapeito da janela, permaneci ali uns instantes.

senti uma vontade imensa de me sentar naquela beirinha...
encostei a cabeça, senti a pedra fria no meu corpo, estiquei as pernas, corri a janela, o vento frio e doce tocava-me levemente a face, acariciava o meu espírito.

lá em baixo encontrava uma cidade, que me parecia mais distante que os escassos metros que nos separavam...
no alto de um pequeno monte aparecia o castelo, iluminado por mil pequeninas luzes, que lhe davam algo de deslumbrante, uma magia inexplicável... queria ser invadida por essa magia, pela quietude que pairava pela cidade, também ela envolta num silêncio e calma invejáveis...

deixei-me ficar... a saborear o momento, a contemplar, a ver a vida passar...

Sunday, June 1, 2008

loucuras

muitos são os momentos em que me sinto desaparecer, recolhida em mim...
começo num soluçar baixinho... ao início espero que não aumente, que seja ilusão, que o pior já passou... que não há mais desespero em mim, que secou toda a água do meu corpo, que não tenho mais razões para me inundar uma e outra e vezes sem conta, num pranto repetido que sou incapaz de controlar, e vejo-me rendida aos encantos de sentir a minha garganta num sufoco atroz, e o mordiscar tão bem conhecido dos meus lábios... sinto o calor das gotinhas nos meus olhos, vejo o mundo desfocar.
espero que não caiam pela minha face, que me aqueçam um pouco mais o olhar. Numa estranha sensação de aconchego, quase que se assemelha a ternura... que me acolhe e embala, pelo menos uns breves instantes, nesta janela que abri ao mundo...

tento perceber, não quero sentir... a razão ficou bloqueada.
...o salivar, o sufoco no meu peito...
e penso... será sempre assim...? breves e penosos instantes de soluços e lágrimas, desejos e ambições!


Loucuras a que me rendi...