olhei o céu na sua revolta, com uma força que invejo, a vontade e a energia que desejo em mim... o vento assobiava-me, baixinho, palavras que desconhecia... senti as lágrimas na minha face, mantinham o meu olhar atento, recusavam que se cerrasse... obrigavam-me a ver! a perceber... as nuvens esvoaçavam-se no alto dum céu em fúria...
falava-me, sussurrava-me numa língua que não compreendia, não interessava, só o seu encanto, a sua atenção, o tecto que se erguia sobre mim... que me protegia, que gritava o que eu não tinha mais energia para gritar...
abri os meus braços, inclinei a cabeça para trás, senti a chuva no meu corpo. escorria, entrava em mim, acariciava o meu espírito, inquietava-me...tranquilizava o meu desespero...
despiu-me, roubou-me de tudo...
estava pronta para recomeçar.
para viver...
a tempestade tinha passado...