Thursday, October 30, 2008

os dias aparecem-me cinzentos...têm uma musica ao longe, um assobio terno... a preguiça surge devagarinho por entre os tímidos raios de sol que conseguem vencer as nuvens que o céu carrega...

Sunday, October 5, 2008

excertos de uma viagem inacabada...

Uma tômbola, quero respirar e o ar some-se por entre devaneios, colo as minhas mãos ao vidro que me separa de mim mesma, estou em mim, olho em meu redor não são órgãos, não existe o sangue… as palavras se passeiam pelo meu corpo, atulham os cantinhos mais escuros, que pensava seguros deste corpinho que me serve de altos muros e não me deixa viver.

Colo o nariz naquele vidro, cria-se uma nuvem enublada, se pouco via, deixei de ver, abro a minha boca não tenho palavras, não se ecoa nenhum som, ficaram do outro lado do vidro… dou por mim num pranto de lágrimas e soluços, num mundo mudo… as minhas mãos, os meus braços tentam libertar-se, cerro os pulsos, toda a força é pouca. Desejo que aquele vidro brilhante, onde vejo o meu reflexo fosco, se parta em mil pedacinhos, que me corte… que veja finalmente algum sangue correr. Só existem sentimentos, emoções… perdi o fluxo da vida… o meu coração não tem mais que bombear, temo que pare, temo que expluda de tamanha dor ,que não tenha força para bombear o peso das palavras que transporto… sinto a minha cabeça girar, num turbilhão de nada, o som desapareceu, deixo de ver, esqueci o que é sentir, imagino uma dor, uma solidão, uma força cortante, deixo a minha testa apoiada naquela fina mas forte barreira…
Que hei-de fazer? Vou vagueando, protegida, vejo as palavras passar, há música do outro lado, que estarão a festejar?

Perco-me numa longa inspiração, tão profunda, tão infindável que me sinto sufocar, o meu cérebro desfaz-se em questões, estou a respirar, mas eu estou a respirar!!! O ar sumiu…consumido por entre o meu soluçar… até isso me abandonou. Permanecem as lágrimas, quentes que me escorrem por uma face pálida, dum olhar vago, dum corpo que não me quer...



mia*